Pretendo, despretensiosamente, divulgar aqui ideias, pensamentos, acontecimentos, imagens, músicas, vídeos e tudo aquilo que considere interessante, sem ferir susceptibilidades.

Falando de tudo e de nada... correndo o risco de falar demais para nada!


sexta-feira, 15 de maio de 2015

Desabafando....

Tenho quase sessenta e dois anos. Gosto de boa comida portuguesa, de vinho, de uísque, de café e, claro, do Glorioso SLB. Tornei-me, há quase três anos, um aposentado precoce para tentar escapar a um tempo difícil da minha vida profissional. Tive de deixar cair pelo caminho um dos sonhos que tive durante várias décadas: o de estar permanentemente entusiasmado pelo meu trabalho. Fui perdendo o entusiasmo e os sonhos foram mirrando como frutos maduros.
Para, de certa forma, substituir os sonhos que foram morrendo aderi à blogosfera. Iniciei, desenvolvi e concluí o RAXAlebre.blogspot.pt onde tive a oportunidade de (tal como disse na sua página de apresentação) ir “caminhando” no presente em direcção ao futuro com "incursões" a experiências vividas no passado, carregando, nestas viagens de idas e voltas, as "marcas" de cada tempo, de cada espaço e de cada lugar por onde passei a nível profissional… e não só. Concluída essa tarefa, e cada vez mais entusiasmado com esta "coisa" da comunicação escrita, criei este blogue. Desde que isso aconteceu, precisamente no dia 1 de Junho de 2012, muita água passou debaixo das pontes. Neste momento sinto que peguei na minha vida toda e a espremi para um pequeno recipiente como quem espreme uma laranja ou um limão. Fiz o meu próprio sumo que bebi com toda a satisfação. Enquanto durou essa satisfação tive a oportunidade de ir bebendo ao mesmo tempo que ia alimentando o blogue. Agora sinto que não tenho mais essa satisfação e... o “sumo” também está a acabar.

Conjugando tudo isso com a dor que sinto quando me sento para escrever, prevejo que deixe de ter as condições necessárias para continuar a dedicar-me a este projecto que realmente se parece com mais um dos sonhos que fui deixando cair…

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Tédio

Fernando Pessoa quando diz: 
"Não sei o que faça, não sei o que penso" não encontra 
um sentido para a angústia que tem em si.


Há no firmamento
Um frio lunar.
Um vento nevoento
Vem de ver o mar.
Quase maresia
A hora interroga,
E uma angústia fria
Indistinta voga.
Não sei o que faça,
Não sei o que penso,
O frio não passa
E o tédio é imenso.
Não tenho sentido,
Alma ou intenção...
Estou no meu olvido...
Dorme, coração...

Fernando Pessoa, 11-3-1917