Pretendo, despretensiosamente, divulgar aqui ideias, pensamentos, acontecimentos, imagens, músicas, vídeos e tudo aquilo que considere interessante, sem ferir susceptibilidades.

Falando de tudo e de nada... correndo o risco de falar demais para nada!


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

21ª S. Silvestre Cidade do Porto...

Participei ontem, pela terceira vez, na S. Silvestre Cidade do Porto, 2014.

Associei-me, mais uma vez, a este evento não para ganhar, como é óbvio, mas sim para me divertir e para ter o privilégio de participar e conviver descontraidamente com pessoas que partilham o mesmo espaço, o mesmo espírito de camaradagem e os mesmos gostos.
A partida foi dada às 18 horas da Avenida dos Aliados, junto à Câmara Municipal do Porto, com o seguinte percurso de 10 Km, que fui apreciando com um enorme prazer (o Porto é lindo!):
Avenida dos Aliados; Praça da Liberdade; Rua de Sá da Bandeira; Rua de Santa Catarina; Praça Marques do Pombal (até aqui sempre a subir); Rua da Constituição; Rua do Monte Pedral; Rua Damião de Góis; Rua de S. Brás; Rua de Camões; Rua João das Regas; Praça da República; Rua da Boavista; Retorno antes da Rotunda da Boavista; Rua da Boavista; Rua de Ricardo Severo; Largo da Paz; Praça D. Pedro Nunes; Largo do Priorado; Rua de Aníbal Cunha; Rua da Boa Hora;- Rua da Maternidade; Rua Adolfo Casais Monteiro; Rua D. Manuel II; Túnel de Ceuta; Rua de Elísio de Melo; Avenida dos Aliados; Praça da Liberdade; Rua de Sá da Bandeira; Rua Dr. Magalhães Lemos; Avenida dos Aliados/lado ascendente; Rua Dr. António Luís Gomes; Rua da Trindade; Rua Alferes Malheiro; Rua dos Heróis e Mártires d’Angola; Rua do Clube dos Fenianos; Avenida dos Aliados/lado descendente e… huufff a CHEGADA.
Depois de terminar a prova desfrutei do momento. Senti-me satisfeito sobretudo por ter conseguido terminar a prova num tempo normal para a minha idade e para o meu tempo de treino. Em 2011 tinha terminado a prova no tempo de 52:05 e em 2013 no tempo líquido de 57:53!!! A idade não perdoa   

Enquanto aguardava (mesmo em frente ao Café Guarani) pela chegada da minha filha que também participou na prova, fui apreciando a festa e tirando algumas fotografias para a posteridade.

Agora é tempo de recuperação e de preparação para as provas que se seguem
nomeadamente a Corrida do Pai, dia 15 de Março de 2015.  

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Natal de 2014

O tempo continua (contra ventos e marés) inabalavelmente o seu curso.

Chegado aqui a esta época natalícia fico sempre algo confuso e com sentimentos ambíguos. De alegria pelos filhos que tenho, de tristeza pelos familiares e amigos que já partiram, de recordações menos boas de natais difíceis e... daquela saudade nostálgica dos tempos em que ainda acreditava no Pai Natal  

Aproveito esta oportunidade para manifestar a todos os amigos e leitores que passarem por aqui o meu agradecimento por aparecerem e desejar-lhes um Feliz Natal e um Ano Novo com muita saúde, paz, amor e felicidade.



sábado, 20 de dezembro de 2014

Fado do Coimbra

Uma pequena homenagem a um grande personagem da vida académica de Coimbra. 
Fernando Machado Soares despediu-se recentemente de nós e eu despeço-me dele deixando aqui a sua Balada da Despedida.


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Vila Flor, que saudades...

Saudade, saudade da minha infância e da minha adolescência. Do professor Carvalho, meu professor da 3ª e 4ª classe da escola primária; do Colégio de Santa Luzia e de alguns dos meus professores desse tempo. Do Dr. Artur Vaz, do Dr. Silva e do Padre Cassiano Dimas Fais; dos meus companheiros, amigos, vivos (Amândio Tabuada Trigo, Celso Bernardino Queijo Póvoa, Francisco Gustavo, Tino Navarro, João Félix, Artur "Alfaiate", José António Palmeirão) e ausentes (Carlos Ramos, Abel Salgueiro, Manuel "Coelho", Quim Félix) e... e... e.... de TODOS com quem compartilhei os momentos mais significativos da minha vida nesse maravilhoso tempo! E dessa Capital do Mundo que é Vila Flor!  Vila Flor com a orgulhosa Igreja Matriz! Com o Museu Berta Cabral, com a Praça, o Rossio, a Fonte Romana, o Arco D. Dinis, a Avenida, as Capelinhas, a Barragem do peneireiro… Vila Flor que amo, mas onde me custa ir!
Sim. As relações entre as pessoas mudaram. Conheço as casas, as ruas, os recantos, mas... já não conheço as pessoas! Não encontro os velhos amigos
Lembro-me de todos estes espaços, claro. Lembro-me de todos esses amigos, certamente. Mas hoje em dia não consigo aí conviver como antigamente. Hoje tem-se medo da via pública. E as pessoas refugiam-se. Para outros espaços, para outras regiões e para outros países. E por várias razões, das quais as económicas pesam muito. As pessoas estão a acantonar-se. E a tentar sobreviver. 
E por falar em saudades. As saudades que eu tenho dos cheiros característicos de Vila Flor, que já só guardo na memória. Das flores, das frutas, dos aromas do entardecer de cada uma das estações, dos cheiros intensos da existência do dia-a-dia.
Evoluímos, e muito, sob o ponto de vista tecnológico, mas perdemos muito a nível do saudável humanismo desse tempo... tenho pena!
 

domingo, 14 de dezembro de 2014

Cogitando...

Na Sexta-feira da semana passada vinha da Caetano Drive, que fica ali na Rua das 12 casas, no Porto, onde fui fazer um Check-up ao carro oferecido pela Volkswagen. Ao contornar a Praça do Marquês tive que parar nos semáforos e, enquanto aguardava pelo sinal verde, dei comigo a apreciar as pessoas que entretanto atravessavam a passadeira dos peões. 
Sim, de vez em quando dá-me para a cogitação. Cogito no meu passado, cogito nos factos do presente e só não cogito no meu futuro porque... não sou bruxo.
Desta vez, tudo começou quando reparei num jovem adolescente que, de espelho na mão, ia espremendo uma borbulha enorme e ensanguentada que irrompia mesmo no centro da sua alvíssima face. E foi nesse preciso instante que começou a a cogitação. O assunto era interessantíssimo e remeteu-me para a minha juventude. 
Sim, porque no meu tempo de adolescência e de jovem espigadote o acne era uma maçada, mas um gajo escarafunchava as borbulhas, ou então escanhoava-se deixando a cara num Cristo. Mas, pronto, resolvíamos o assunto sem grandes traumas até porque as raparigas da nossa idade também tinham os seus próprios problemas e ficavam assim no mesmo barco. Elas normalmente preocupavam-se mais com as assimetrias e com as partes do corpo que lhes pareciam fora de um padrão tido socialmente como ideal. 
Mas, nesse tempo, existia a palavra, a palavra que circulava, a palavra que esclarecia e sossegava. Sim, porque raparigas com uma mama maior que outra, sempre houve. Rapazes com um testículo maior que o outro, sempre houve. 
Mas o facto é que todas essas diferenças nunca impediram ninguém de ser quem é, de se realizar como pessoa e ser humano, de ter uma vida amorosa de se formar academicamente ou profissionalmente, de trabalhar, de formar um núcleo familiar, de dar e receber amor, de considerar e ser considerado, de existir socialmente e desempenhar o seu papel.
Actualmente, as coisas parece que não são bem assim. Qualquer um dos exemplos citados, nos dias de hoje, torna-se num flagelo para os próprios adolescentes e para os seus pais. O culto da imagem supera todos os outros princípios e valores. Ora, isto só é bom para os profissionais de saúde que olham para isso como uma oportunidade de negócio e, por "dá cá aquela palha", vêem logo numa mama mais rechonchuda, a necessidade de um acto de cirurgia estética com o fim de rectificar um descuido da natureza. Aqueles mais ligados à psicologia, evocam logo os distúrbios de personalidade, os problemas de relacionamento e de auto-estima e mais uma catrefada de outras cenas que não sei a partir de quando começaram a pesar na balança da perfeição. 

As hormonas lixavam e lixam todos sem excepção, em qualquer época e em qualquer lugar. A diferença é que, no tempo da minha juventude, existia algo que se extinguiu e que ajudava a resolver as questões; existiam os tios, os amigos dos pais, os pais dos amigos e mais uma catrefada de gente que já tinha passado pelos mesmos imbróglios e que, com uma palavra, sossegava todos os nossos receios, dúvidas e temores. Hoje ninguém tem tempo para nada, muito menos para conversar. Hoje é cada um para si dentro do seu mundo...

Continuei a viagem e ao atravessar a Ponte da Arrábida ainda eu cogitava em como somos seres imperfeitos e incompletos a diferentes níveis, mas o conjunto dessas imperfeições torna-nos afinal mais completos e normais dentro de um contexto existencialista. Procuramos sempre mais e melhor, procuramos. Mas... na realidade, não sabemos concretamente se procuramos algo que não tenhamos já.

E pronto! Cheguei ao Edifício Vyla Penedo. A casa... ao meu abrigo e ao sítio onde tenho muito daquilo que preciso...

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O advogado e o alentejano ...


Hoje deixo aqui uma anedota. 
Já tem uns anos mas continua a ter piada. 
Pelo menos para mim  

Um advogado todo da linha de Cascais, vai caçar patos para o Alentejo.
Dá um tiro, acerta num pato, mas o bicho cai dentro da propriedade de um lavrador.
Enquanto o advogado saltava a vedação, o lavrador chega no tractor e pergunta-lhe o que estava ele a fazer.
O advogado respondeu:
- Acabei de matar um pato, mas ele caiu na sua terra, e agora vou buscá-lo.
O velhote responde:
- Esta propriedade é privada, por isso não pode entrar.
O advogado, indignado:
- Eu sou um dos melhores advogados de Portugal! Se não me deixa ir buscar o pato eu processo-o e fico-lhe com tudo o que tem!
O lavrador sorriu e disse:
- O senhor não sabe como é que funcionam as coisas no Alentejo! Nós aqui temos o Código Napoleónico! Nós resolvemos estas pequenas zangas com a Regra Alentejana dos Três Pontapés.
Primeiro eu dou-lhe três pontapés; depois você dá-me três pontapés; e assim consecutivamente até um de nós desistir!
O advogado já se estava a sentir violento há um bocado, olhou para o velho e pensou que era fácil dar-lhe uma carga de porrada.
Por isso, aceitou resolver as coisas segundo o costume local.
O velho, muito lentamente, saiu do tractor e caminhou até perto do advogado.
O primeiro pontapé, dado com uma galocha bem pesada, acertou directamente nas bolas do advogado, que caiu de joelhos e vomitou.
O segundo pontapé quase arrancou o nariz do advogado.
Quando o advogado caiu de cara, com as dores, o lavrador apontou o terceiro pontapé aos rins, o que fez com que o outro quase desistisse.
Contudo, o coração negro e vingativo do advogado falou mais forte. Ele não desistiu, levantou-se, todo ensanguentado, e disse:
- Bora, velhote! Agora é a minha vez!
O lavrador sorriu e disse:
- Nah! Eu desisto! Leve lá o pato!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Um encontro connosco próprios...

Existem vários caminhos que permitem encontrarmo-nos a nós próprios nos momentos mais difíceis, sobretudo naqueles em que não sabemos muito bem onde estamos, o que andamos a fazer e para onde vamos.
Por exemplo. Subirmos ao ponto mais alto da Serra da Estrela (ou do Gerês) e, daí, mesmo a tremer de frio, avistarmos o mundo que nos rodeia, inspirarmos profundamente o ar que nos envolve e, finalmente, percebermos que cada um de nós é capaz de se transcender a si próprio, em cada momento.
Ou então, simplesmente, deixarmos que a nossa consciência seja "conduzida" por uma melodia como esta, e que voe para além das fronteiras daquilo que é capaz de sentir.


Este é o tipo de música que nos pode conduzir por vastíssimos caminhos, físicos, espirituais e até metafísicos...

sábado, 6 de dezembro de 2014

Antonio Zambujo - "Barata Tonta"

António Zambujo é realmente um caso invulgar na música portuguesa contemporânea. 
Em primeiro lugar isso deve-se à sua capacidade de interpretação, em segundo lugar fica o seu cuidado na escolha das canções que grava e dos autores que selecciona. 
Zambujo canta de forma incomum, tem voz vadia e ao ouvi-lo sentimo-nos parte da história que ele está a cantar. Confesso que de todas as canções - e não lhes chamo fados de propósito - a que mais gosto é aquela que aqui deixo hoje: a “Barata Tonta”.
Foi escrita por Maria do Rosário Pedreira, que se vai tornando obrigatória nos seus discos, e foi o próprio António Zambujo que compôs a música. Basta isto para perceber porquê: “Ai, por um sonho dos seus/Em que fosse eu quem a beija/ Dava toda a minha vida”.