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domingo, 26 de outubro de 2014

Os 5.com(e) na Guarda (II)

Porto Guardés
O nosso destino era Porto Guardés, um pequeno e típico restaurante de pescador, o que é desde logo a melhor recomendação quanto à qualidade, frescura e variedade do que se vai “pescar” no prato.
Pendurados nas paredes podem ver-se várias fotografias que testemunham o “terror” daquela barra nos dias de forte temporal. Podem ver-se barcos de médio porte elevados na crista de uma onda gigante como se fossem barquinhos de papel; barcos carregados de contentores com a carga a escorregar para o mar sem nada que possa já travar-lhe a marcha; ondas a bater no molhe e a levantar a água até alturas de um prédio de vários andares; homens a caminhar nas ameias do molhe, cobertos de espuma quase até ao pescoço. Simples amostras que dão para perceber que o mar ali é para homens de barba rija e de mãos calejadas.
Depois desta entrada à leão a mesa começa a exercer o seu forte poder de atratividade. E se a amesendação é muito simples, a culinária é simplesmente primorosa. Escolhemos 5 entradas: pimentos “padron”, a fazerem jus à fama que gozam por estas bandas; um
prato de mexilhões acabadinhos de cozer, de uma leveza e tenrura que confesso nunca havia provado (em Portugal apresentam-nos já frios, ficando um pouco duros e borrachentos); as gambas ao alho estavam no ponto e com um molho delicioso para demolhar o pão; do polvo à galega diga-se exatamente o mesmo que dos mexilhões - divino; os calamares esses estavam um pouco crocantes demais para o meu gosto, mas não deixaram de ser comidos até ao último pedaço.
A bebida universal foi um “vinho de verão”, uma espécie de sangria mas sem ponta de licores. Até o Jorge, um abstémio inveterado, a adotou como bebida oficial.
Depois das tapas veio o prato, ou melhor, um enorme tacho com um arroz amarelo de
açafrão, tipo paella, bem recheado de “bogavante”, partido em postas de dois dedos de grossura, para facilmente se extrair o cobiçado conteúdo. E se o arroz sobrou, tão generosa era a dose e tão bem acomodado estava já o estômago, do bogavante só sobraram as cascas, pois já costumam dizer os maiores gourmets que mais vale fazer mal do que deixar ir para o gato.
O preço só não foi “uma agradável surpresa” porque o Jorge já nos tinha avisado: pagamos 19 euros por cabeça por uma refeição que numa qualquer marisqueira portuguesa ficaria certamente bastante acima dos 30. 

Regresso a Portugal
Saímos da cidade pela marginal sul e pudemos passar por um simpático hotel (O Munho) implantado mesmo em cima do areal de uma praia calma e de águas tranquilas.
Foi rápido o percurso até Caminha, onde fomos comer um pastelinho e tomar uma bebida, sem esquecer, nunca, de levar uma lembrança às caras-metades, a quem foi decidido prometer por um dia destes um passeio ao nordeste. Mais uma vez sem exemplo, para não as habituar mal.
Deu para conhecer a casa do Mota, onde nos refastelamos num sofá e onde estre escriba passou pelas brasas quase sem dar por isso. Mas não conseguiu passar despercebido, pois todos lhe conhecem já o fraco.
Iniciado o regresso ao Porto foi por escassos segundos que chegamos ao carro sem apanhar uma valente molha. No percurso apanhamos chuva copiosa e alguns troços com umas résteas de sol, a provar a dificuldade de os meteorologistas acertarem nas previsões em todo o território e todo o tempo. Ao passar a Arrábida um outro rio corria em cima da ponte. Mas chegamos todos ao destino sãos e salvos.
A Guarda e o Porto Guardés são visitas a repetir e a recomendar vivamente à família e aos amigos.

O secretário/cronista
Alexandre Ribeiro
O vídeo

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