Pretendo, despretensiosamente, divulgar aqui ideias, pensamentos, acontecimentos, imagens, músicas, vídeos e tudo aquilo que considere interessante, sem ferir susceptibilidades.

Falando de tudo e de nada... correndo o risco de falar demais para nada!


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Os cinco...

Os 5.com(e) passeiam, comem
e, leve, levemente... também bebem
pelo interior e litoral do país
desfrutando a vida de forma feliz.

Saboreiam "pratos" e copos sem fim
do Douro, do Alentejo ou do Dão
ultimamente até “vinho de verão
que quase não chegava a mim.

Até o Jorge já bebe aquele vinho de verão
O Mota, ao verde ou ao maduro não diz que não
Para o Bernardino venha branco ou tinto
O Alexandre diz: este é tão leve que nem o sinto!

E o Rogério: Já que hoje não conduzo... "bota" aí mais um!

domingo, 26 de outubro de 2014

Os 5.com(e) na Guarda (II)

Porto Guardés
O nosso destino era Porto Guardés, um pequeno e típico restaurante de pescador, o que é desde logo a melhor recomendação quanto à qualidade, frescura e variedade do que se vai “pescar” no prato.
Pendurados nas paredes podem ver-se várias fotografias que testemunham o “terror” daquela barra nos dias de forte temporal. Podem ver-se barcos de médio porte elevados na crista de uma onda gigante como se fossem barquinhos de papel; barcos carregados de contentores com a carga a escorregar para o mar sem nada que possa já travar-lhe a marcha; ondas a bater no molhe e a levantar a água até alturas de um prédio de vários andares; homens a caminhar nas ameias do molhe, cobertos de espuma quase até ao pescoço. Simples amostras que dão para perceber que o mar ali é para homens de barba rija e de mãos calejadas.
Depois desta entrada à leão a mesa começa a exercer o seu forte poder de atratividade. E se a amesendação é muito simples, a culinária é simplesmente primorosa. Escolhemos 5 entradas: pimentos “padron”, a fazerem jus à fama que gozam por estas bandas; um
prato de mexilhões acabadinhos de cozer, de uma leveza e tenrura que confesso nunca havia provado (em Portugal apresentam-nos já frios, ficando um pouco duros e borrachentos); as gambas ao alho estavam no ponto e com um molho delicioso para demolhar o pão; do polvo à galega diga-se exatamente o mesmo que dos mexilhões - divino; os calamares esses estavam um pouco crocantes demais para o meu gosto, mas não deixaram de ser comidos até ao último pedaço.
A bebida universal foi um “vinho de verão”, uma espécie de sangria mas sem ponta de licores. Até o Jorge, um abstémio inveterado, a adotou como bebida oficial.
Depois das tapas veio o prato, ou melhor, um enorme tacho com um arroz amarelo de
açafrão, tipo paella, bem recheado de “bogavante”, partido em postas de dois dedos de grossura, para facilmente se extrair o cobiçado conteúdo. E se o arroz sobrou, tão generosa era a dose e tão bem acomodado estava já o estômago, do bogavante só sobraram as cascas, pois já costumam dizer os maiores gourmets que mais vale fazer mal do que deixar ir para o gato.
O preço só não foi “uma agradável surpresa” porque o Jorge já nos tinha avisado: pagamos 19 euros por cabeça por uma refeição que numa qualquer marisqueira portuguesa ficaria certamente bastante acima dos 30. 

Regresso a Portugal
Saímos da cidade pela marginal sul e pudemos passar por um simpático hotel (O Munho) implantado mesmo em cima do areal de uma praia calma e de águas tranquilas.
Foi rápido o percurso até Caminha, onde fomos comer um pastelinho e tomar uma bebida, sem esquecer, nunca, de levar uma lembrança às caras-metades, a quem foi decidido prometer por um dia destes um passeio ao nordeste. Mais uma vez sem exemplo, para não as habituar mal.
Deu para conhecer a casa do Mota, onde nos refastelamos num sofá e onde estre escriba passou pelas brasas quase sem dar por isso. Mas não conseguiu passar despercebido, pois todos lhe conhecem já o fraco.
Iniciado o regresso ao Porto foi por escassos segundos que chegamos ao carro sem apanhar uma valente molha. No percurso apanhamos chuva copiosa e alguns troços com umas résteas de sol, a provar a dificuldade de os meteorologistas acertarem nas previsões em todo o território e todo o tempo. Ao passar a Arrábida um outro rio corria em cima da ponte. Mas chegamos todos ao destino sãos e salvos.
A Guarda e o Porto Guardés são visitas a repetir e a recomendar vivamente à família e aos amigos.

O secretário/cronista
Alexandre Ribeiro
O vídeo

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Os 5.com(e) na Guarda (I)

Nota Prévia:
Mais uma excelente crónica de Alexandre Ribeiro.
Desta vez ele internacionaliza-se J com a descrição deste
passeio turístico a terras de nuestros hermanos. 

8 de Outubro de 2014
Correndo atrás do tempo perdido (este ano a performance gastronómica do grupo deixa um pouco a desejar, que o diga o Mota) os 5.com(e) em boa hora aceitaram a sugestão do Jorge e resolveram ir até à Guarda saborear os deliciosos mariscos da costa galega. Está bem de ver que não se trata da nossa Guarda, mas da espanhola, mesmo em frente a Caminha, do outro lado do rio Minho.
Quando o castelhano era língua obrigatória em Espanha a cidade era La Guardia. Agora que o galego passou a ter honras de língua local passou a chamar-se A Guarda. E o Monte de Santa Tecla passou a ser Santa Trepa. Esta custa mais a engolir.
Fácil é constatar a proximidade entre o galego e o português, que se reconhece em vários vocábulos locais: aqui também se diz “auga” como antigamente se dizia nas nossas aldeias; “munho” também ouvia eu dizer na minha terra quando era pequeno; o “lá em riba” cheira mesmo a português arcaico, tal como o “x” galego faz lembrar a pronúncia transmontana que transforma o “ch” em “tch”.
De Coimbra à Corunha poderia existir um país autónomo, independente, com um povo formando uma nação com maior unidade que Portugal ou Espanha. Os minhotos, transmontanos e beirões têm mais afinidades com os galegos que com os alentejanos e algarvios. Tal qual o que separa galegos e castelhanos, onde são grandes as rivalidades e escassa a proximidade.

A Guarda
A Guarda é uma cidade costeira, a mais meridional da Galiza. Uma cidadezinha de
passagem para quem vem de Baiona para Portugal, que não atrai visitantes apressados, ofuscados pela beleza e proximidade daquela vetusta cidade. E assim se passa ao lado de uma pequena pérola sem lhe dar o real valor, qual ostra escondida na sua concha, que só se descobre quando se desce até à parte baixa da cidade e se depara com um pequeno mas gracioso porto de abrigo, curiosamente sem navios à vista, protegido por um molhe com abertura estreita, para evitar males maiores em dias de tempestade. 
A marginal é lindíssima, com casario a dois passos da água e ruas em sobe e desce, a contornar as rochas que dão à praia uma forma irregular mas diferente e cativante.
A zona sul é pejada de restaurantes onde a lista é, naturalmente, recheada de peixe e mariscos.
(Continua...)

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Volta sempre!

Enquanto percorro este caminho serpenteante entre a linha do comboio que passa com as suas cores garridas na direcção de Espinho e o mar que vem do horizonte, gosto sobretudo de cogitar... de cogitar ao som das ondas e do chilrear das gaivotas.
Desta forma lido melhor com o esforço e, embora de forma ofegante e de rosto afogueado, sinto-me cada vez mais estimulado a continuar… arrebatado por esta sensação exacerbada pela emoção que o céu, tão persistentemente, insiste em inflamar.
Sabe bem sentir a brisa a soprar já perto do pôr-do-sol que anuncia a noite trazida pelo céu para cobrir como um véu o instante de fascino privado.
É linda esta troca de “mimos” clandestina entre a linha do comboio e o seu galanteador oceano, apadrinhada por este iminente pôr-do-sol que ilumina como um sorriso de fogo o rosto das pessoas que comigo se cruzam no passadiço.

E depois… já no fim da caminhada sinto de novo o vento soprado que de forma amável me sussurra: até já! Volta sempre!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Os G5.com(e) na Ribeira do Porto

Com algum atraso (mais vale tarde do que nunca) 
aqui fica mais uma crónica de: 
Alexandre Ribeiro

10 de setembro de 2014
Quase 3 meses depois do último almoço (ó malta temos de trabalhar a outro ritmo, assim não pode ser. Qualquer dia o patrão despede-nos! O Grupo 5.com(e) desceu à Ribeira do Porto para festejar a entrada na reforma do único elemento do grupo que, apesar de inativo, ainda estava no ativo, e estava a estragar a estatística: o Alexandre.
Ufa!!! Finalmente! - disse ele, que há tanto tempo ansiava por este dia.
O português é uma língua traiçoeira
O tempo estava algo incerto, mas agradável para passear. O ponto de encontro foi na estação de S. Bento, mas à hora combinada o Jorge estava à espera dos colegas… na estação de Valadares. E assim se prova, mais uma vez, a extrema dificuldade em pôr duas pessoas em sintonia, mesmo quando o tema é inócuo e a mensagem é aparentemente transmitida na perfeição, não deixando dúvidas ao transmissor nem ao receptor. Imaginem só as confusões que se poderiam gerar se houvesse uma conjugação de circunstâncias que originassem um imbróglio.
A caminho da Ribeira
O caminho de S. Bento à Ribeira, quer pela Mouzinho da Silveira quer pela rua das Flores apresenta um intenso movimento que contrasta vivamente com o fluxo de pessoas nessas ruas há uma dezena de anos atrás.
O casario degradado deu lugar a uma elevada percentagem de edifícios excelentemente recuperados.
O comércio mudou de ramo, centrando-se agora particularmente na restauração. Os portuenses que por aí vadiavam deram lugar a uma indescritível mistura de raças e de línguas, onde um poliglota não chega para as encomendas e um etnógrafo fica todo baralhado.
O que isto mudou em meia dúzia e anos!!!
A Ribeira do Porto
A velha Ribeira é a grande sala de visitas do Porto. A cada passo tropeçamos em espanhóis, italianos, franceses e ingleses. Depois há aqueles que arranham uns sons guturais que ninguém entende. E há aqueles de olhos em bico, elas com sombrinhas de um euro, de usa e deita fora, certamente produzidos por garotos de 8 ou 10 anos, que trabalham 15 horas por dia por uma malga de arroz, naquelas oficinas indescritíveis que mais parece estarmos no meio de aterro sanitário com cobertura a telhas de fibrocimento.
A Ribeira fervilha de vida e o Douro é uma passerelle de pequenos barcos a fazer o cruzeiro das 6 pontes, por 10 euros. 
Do outro lado do rio destaca-se o cais de Gaia, a pedir meças à Ribeira do Porto em beleza e movimento, com o Yeatman sobranceiro no cimo da colina, de onde se observa um Porto singular a partir de um posto de vigia privilegiadíssimo.

Ter amigos e usufruir das vantagens de passar à reforma
Num dos muitos bares/restaurantes para turista regalar a vista e apreciar a nossa gastronomia, tomamos uma bebida. O grupo
aproveitou para oferecer ao Alexandre um livro sobre economia, para ele aprender mais alguma coisa dessa arte esotérica, para muitos uma adivinhação de quem pouco sabe, pois estão sempre a falhar os prognósticos. A prenda foi complementada com um CD da Ana Moura – “Leva-me ao fado”, um bestseller da canção nacional. Surpresa para o homenageado, que não esperava nada daquilo.

E vamos ao que aqui nos trouxe
Estava na hora da papa e o objetivo seguinte foi arranjar o melhor poiso. Escolha deveras difícil, tal a variedade da oferta. Mas a maior parte dos lugares de varanda virada para o rio eram mesas para duas pessoas
e o cardápio era próprio para turista provar e pagar.
Acabamos por fazer uma escolha nem carne nem peixe; nem tasca nem muito requinte; nem caro nem barato. O preço por pessoa ficou abaixo dos 20 euros, mas sem sobremesas e com a opção por cerveja em vez do vinho. O serviço foi muito demorado, pois em lugar de optarmos pelo prato do dia escolhemos pratos complicados: filetes de bacalhau e polvo à lagareiro.
Durante o repasto tivemos direito a 2 concertos a solo por verdadeiros artistas, estrangeiros, com aparência de romenos.
Igreja de S. Francisco
Findo o repasto, e antes de regressarmos a casa, fomos tentados a uma visita à igreja de S. Francisco. Deparamos com 2 seguranças, que nos queriam esfolar 3 euros e meio a cada um para dar uma mirada à igreja, às catacumbas e ao museu. Optamos por seguir o exemplo de uma turista brasileira, que deu meia volta e terá ido gastar os euros noutras paragens. Ou noutras viagens, pois mesmo aqui passam imensos autocarros turísticos, daqueles descobertos que dão a volta à cidade e que ainda há dois ou 3 anos só conhecíamos das visitas a cidades estrangeiras.
O que o Porto mudou em meia dúzia e anos! E não passamos da Ribeira.
Valadares, 10 de Setembro de 2014
O secretário/cronista

Alexandre Ribeiro

sábado, 11 de outubro de 2014

Hoje sinto-me uma espécie de "Mefistófeles de Celorico"…

Tenho andado afastado das habituais idas ao Cinema por comodismo, indolência ou laxismo e até por deveres de jardinagem. Sim, também tenho o meu jardim de varanda que me ocupa e entusiasma… enfim, cada um lavra, semeia e planta onde pode, à sua maneira e com as ferramentas que tem.
Apesar disso, a semana passada fui com a minha "cara metade" ao cinema do Arrábida Shoping ver os Maias, do João Botelho e revivi aquele livro que boa parte dos portugueses apenas leram na escola e… em resumos.
No final do filme senti que estou cada vez mais queirosiano, embora não me consiga “meter” no papel de qualquer um dos seus personagens. Na realidade não tenho a fantasia e a eloquência do “Mefistófeles de Celorico” embora, tal como ele, também sou leal com os amigos, algo anarquista, inconstante nos humores e pouco, ou nada, católico mas não completamente amoral.
Também não uso um vidro encravado no olho, mas sim uns óculos com lentes progressivas para ler ao perto (e ao menos perto) que a minha querida oftalmologista me receitou.
Também não tenho pernas de pernalta nem braços magricelas. Pelo contrário, estou até bem nutrido e com peso a mais. A preguiça para o exercício físico é um dos meus defeitos e só o meu querido amigo Passadiço me dá o alento necessário para aí fazer umas corridinhas. Ginásios nem vê-los! Quando me imagino no ginásio a correr em cima de uma passadeira rolante, a olhar para o espelho e para o mecanismo que contabiliza as calorias que se estão a queimar, sinto-me ridiculamente fechado e com uma vontade enorme de sair dali para fora a correr para o fino fresquinho que me espera numa das belas esplanadas de praia de Valadares ou de Miramar.
Continuando com as eventuais analogias e dissemelhanças com as personagens dos Maias. A minha mãe também é, infelizmente, viúva mas... não é rica como a mãe do Ega. Se fosse tenho a certeza que me mandava dar a volta ao mundo e também arranjava um "Vilaça" honesto para me manter a conta bancária sempre bem recheada.
Que rica vida a dos meninos ricos daquela época! Quando tinham um desgosto de amor, qualquer que ele fosse, iam curar as “feridas” para Paris, para a Europa ou mesmo para o Japão ou América do Norte. Assim sim, até dá vontade de ser infeliz nos amores. Que rica vida, caramba…
Bom! Prometo que vou deixar de ser invejoso. Mas aquilo sim era vida e ser médico era, nessa época, em Lisboa uma profissão de elite, mas simples. Era tão fácil prescrever! Bastava receitar algum resguardo, chás, repouso e pronto... a cura de qualquer maleita haveria de chegar. 
Que rica vida! E… quando faltava a carruagem de cavalos privativa, uma corridinha acelerada dava perfeitamente para apanhar o Eléctrico e ir ter com os amigos e fazer tertúlia com eles num dos salões de chá do Rossio.
O que realmente me parece (esta ideia saiu mais reforçada depois de ver o filme) é que o Eça de Queiroz não tinha uma boa imagem das mulheres, ou pelo menos nesta obra não as tratou lá muito bem. Dividiu-as em “Eduardas” e “Condessas de Gouvarinho” e não deixou de lhes dar umas boas alfinetadas. À Condessa considerou-a uma mulher devassa, de nariz empinado, sem escrúpulos e que traía o marido. A Eduarda, apesar de a definir como “um passo soberbo de deusa maravilhosamente bem feita” não deixou de a classificar como acompanhante de luxo em Paris, embora “justificado” pela necessidade de sustentar a filha que morria de fome.

Que bom ir ao cinema e recordar o Eça!...

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A propósito de (in)Crato ministro da Educação e de outros inGratos do género...

Desde que me aposentei, faz hoje exactamente 15 meses, quando passo em frente à minha antiga escola raramente me lembro de que foi aí que trabalhei nos últimos 19 anos da minha longa carreira docente. Nem sequer olho para lá.
Hoje passei lá mais uma vez. Não sei bem porquê, desta vez olhei e... reparei numa escola a transbordar de gente dentro e fora, os portões abertos a receber quem tanta vez neles já passou e há-de passar. 
Sentei-me no café mesmo ao lado da farmácia e que fica quase em frente ao portão da escola… como que a matar saudades. Nesse momento a maioria dos clientes do café eram reformados como eu que faziam a sua tertúlia matinal falando das últimas do futebol e dos fracos políticos que ocupam cargos no governo da nossa desgraça. Outros desfolhavam ociosamente as páginas de desporto de um dos jornais de referência do Porto.  
Entretanto, eu ia lançando os olhos para o exterior e via sobretudo os alunos. Alguns a correr, outros aos abraços com palmadinhas nas costas. Muitas alunas a sorrir e outras aos beijinhos ou partilhando, em duo, a música que lhes vem pendurada das orelhas. Ainda mais ao longe, um grupo de rapazes a espreitar as raparigas da Escola Secundária que fica aí mesmo paredes meias. Parecem mais adultas e algumas até cresceram na EB 2/3, mas… agora vagueiam pelos recreios da Secundária de forma altiva e graciosa. Os alunos mais velhos aparentam um descontentamento altivo a esvoaçar sobre a indisfarçável alegria dos mais novos que, por sua vez, reencontram outros ainda mais novos e, supostamente, mais submissos. Vejo também alguns pais a dirigirem-se, presumivelmente, para a secretaria a transbordar com pedidos de tudo e tendo de passar por corredores a abarrotar (imagino eu) e cheios de vozes estridentes. 
Entretanto, lá fora na rua o dia está com um calor húmido que ensopa. A chuva deste dia 7 de Outubro deixa-me algo nostálgico e “transporta-me” para a sala de professores daquela escola e para os dias que por ai passei. Tanto tempo em incerteza com as "janelas" abertas em espírito de princípio de fim de carreira. Enfim, respiro! Vim para a reforma com uma forte penalização financeira mas com um grande ganho no alívio físico e emocional.
Vim embora independentemente dos broncos ministros da educação que se sucederam, de leis bacocas e de governos que não aprenderam a governar nem com o tempo nem sem ele. Vim também independentemente de directores de escola obtusos e sem palavra que decidem e retiram o que decidem; que dizem e desdizem... não cumprindo com a palavra dada e recebida de boa-fé, sabe-se lá porquê. No seu posto são, ou foram, judas. E no entanto foram apenas "profissionais". Considerados por muitos, inclusivamente por mim, bons profissionais porque eram sempre os primeiros a chegar e os últimos a partir. E eu digo simplesmente: deixá-los ir com Deus, apesar de não ser católico.
Para todos aqueles que, tal como eu, tiveram de partir dos seus postos de trabalho, deixando as suas funções de que tanto gostavam (e precisavam) antes do tempo e com enormes prejuízos fica a satisfação de sair com a espinha direita e com o sentimento de que nunca foram apenas bom professores e/ou bons profissionais.

Foram (e são) Homens.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Calouste Gulbenkian, o senhor 5%...

Acabei de ler recentemente o livro de José Rodrigues dos Santos, “Um Milionário em Lisboa”.
Li-o com a sofreguidão de quem tem fome, de quem tem sede de saber mais ou com a pressa do maratonista que quer chegar ao fim o mais rapidamente possível.
Este livro dá continuidade ao livro anterior do mesmo autor - o “Homem de Constantinopla”- que também devorei com a voracidade de quem quer coscuvilhar a vida fabulosa e envolvente do homem que viria a transformar-se no mais rico do planeta da sua época - Calouste Gulbenkian (a quem chamavam o senhor 5%, devido à forma peculiar como se envolveu nos negócios na área do petróleo).
São dois livros fabulosos onde se pode recordar e, sobretudo, actualizar muito daquilo que aprendemos no liceu pois ao mesmo tempo que vamos lendo, vamos também assimilando alguns dos contornos da história e da política que se foi desenvolvendo na Europa e no Médio Oriente ao longo da primeira metade do século XX.

De facto, ao contar a história de Calouste Gulbenkien (que nasceu numa família de abastados comerciantes arménios de Constantinopla (Istambul) e morreu em Lisboa onde deixou uma Fundação com o seu nome) o escritor vai também descrevendo, de forma empolgante, os acontecimentos mais relevantes e transformadores da história, da geografia, da política, da guerra, da economia, da arte e da engenharia dos negócios que ocorreram nesse período.

A forma engenhosa como, nestes dois livros, José Rodrigues dos Santos narra o horror da perseguição e quase extermínio do povo Arménio durante a primeira Guerra Mundial e a carnificina (sobretudo de Judeus) durante a segunda Grande Guerra, ao mesmo tempo que vai descrevendo a vida de Gulbenkien e a maneira empolgante como encadeia todo o enredo que envolve tragédia, beleza, arte e fortuna é de tal forma invulgar e perfeita que nos leva a ler compulsivamente e com uma vontade enorme de chegar ao fim...

sábado, 4 de outubro de 2014

Pequena reflexão sobre a relação entre a ciência e…

Há quem diga que a parte do cérebro humano que cuida e promove o gosto pela cultura e pela aprendizagem permanente é exactamente a mesma que se ocupa dos orgasmos.

Eu não sei se isso é verdade, nem sequer vou contestar. Eles dizem, está dito.
Decerto estará provado cientificamente e, portanto, haverá alguma base científica para sustentar tal teoria, o que me leva a compreender melhor a razão pela qual os investigadores e pessoas que chafurdam toda uma vida em busca de mais e melhor conhecimento e no desenvolvimento de novas e rebuscadas teorias serem, numa grande base de incidência, pessoas solitárias e incapazes de sustentar uma relação duradoura porque não há ninguém com a pachorra necessária para os aturar.

Digo eu... pois, estou apenas a reflectir um pouquinho sobre este assunto sem me basear em qualquer teoria ou estudo e, verdade seja dita, considero-me um bocado limitado nessas coisas da investigação científica...

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Reportagem fotográfica 7 - Vila Nova de Gaia, o Douro e o Porto...

Ontem, dia 1 de Outubro de 2014.
Local: Esplanada do Hotel Yeatman
Quatro bons amigos resolveram ir tomar café a uma das esplanadas deste Hotel e... depararam-se com esta paisagem deslumbrante!
Mais palavras para quê?
 
 E, alguém ficou de boca aberta... :-)