Pretendo, despretensiosamente, divulgar aqui ideias, pensamentos, acontecimentos, imagens, músicas, vídeos e tudo aquilo que considere interessante, sem ferir susceptibilidades.

Falando de tudo e de nada... correndo o risco de falar demais para nada!


terça-feira, 1 de julho de 2014

O Grupo 5.com(e) em Guimarães (II)

Velhos são os cacos
A verdade é que a esta hora e nesta época os estudantes universitários, que
transformaram a noite de Guimarães numa movida a pedir meças aos grandes centros, devem estar ainda na cama, ou já regressaram às suas terras de origem após conclusão do ano escolar. E é a terceira idade, estrangeira, que dá animação à cidade. Pelo ar trata-se de gente oriunda do centro da Europa, com algum poder de compra, com preocupações culturais, procurando conhecer terras novas, em ambiente de descontração. Tratando-se de gente da classe média do centro da Europa, e tendo em conta os preços aqui praticados na hotelaria e restauração, o salário de um único dia de trabalho nos seus países de origem permite-lhes vir passar 2, 3 ou 4 dias a uma cidade como Guimarães. Ah, quem dera aos portugueses da classe média poderem fazer o mesmo em Paris, Londres ou Munique! Por aqui se vê como ainda estamos longe dessa Europa.

O Vitória
Ninguém pergunte a um vimaranense se é adepto do “Guimarães”, pois estará a confrontá-lo com um triplo insulto. Primeiro: o clube da cidade não é o “Guimarães”, é o “Vitória”, nome pronunciado com indisfarçável orgulho; segundo: é evidente que todo o vimaranense é vitoriano, isso nem se discute e aqui não há traidores, como é frequente nas grandes cidades; terceiro: ser vitoriano significa amar o clube com paixão, viver as suas actividades com enorme fervor clubístico a raiar a insanidade, que pode levar a apedrejamentos de camionetas de adeptos de clubes adversários que ousem “fazer mal” ao sei Vitória.
Ninguém duvide que o Vitória é especial. Em nenhuma outra cidade portuguesa há tal simbiose entre o clube e os seus adeptos, tal unanimidade, tal paixão e amor ao clube.

Restauração
Guimarães é uma cidade com uma muito eclética oferta gastronómica. Não havendo propriamente um prato que individualize a cidade e lhe sirva de referência, Guimarães especializou-se em fazer bem os mais conhecidos e apreciados pratos da região, dando-lhe um toque local e praticando uma gama de preços acessível a todas as bolsas.
O Rogério e o Mota vinham filados no bacalhau, num restaurante na Penha. O Jorge ainda levou o grupo ao “Histórico”, no centro histórico da cidade, um restaurante com um espaço exterior muito agradável (onde à noite costuma haver animação variada, inclusive com fados de Coimbra). Apesar da ementa convidativa e de um nível de preços que a carteira agradece, o Mota e o Rogério não embarcaram na cantiga, pois são persistentes nas suas opções e nesta matéria nunca nada os demove. 

A Penha
Não estando propriamente no programa, quando surgiu a ideia de se ir à Penha usando o teleférico houve um coro de aprovações, de onde o Mota destoou, não se sabe bem porquê. Pensamos ir comprar umas fraldas, ideia que se veio a revelar exagerada, pois o Mota acabou por se comportar muito bem.
Compramos bilhete de ida e volta, por 4,5 euros. Mas aqui se revelou que também somos um país que (às vezes) protege a terceira idade. Ser “caco” (alguns anos mais velho que um “cota”), valeu um desconto de 2,2 euros, de que beneficiaram o Mota e o Rogério.
Iniciamos a viagem na cabine 33 (ehehehe), e lá subimos o monte, de onde se desfruta uma paisagem a perder de vista, de uma beleza calma e tranquila.
Chegados ao cimo do monte sentimo-nos orgulhosos. A Penha é uma sala de visitas que nos orgulha de ser portugueses e poder proporcionar a quem nos procura esta paisagem tão diferente, num ambiente onde à beleza encantadora do local se aliam hoje interessantes opções de restauração. A informação aos turistas, lacuna grave em muitos outros locais deste país, está aqui bem colmatada por um folheto completo e elucidativo. E não escapa a possibilidade de visitar o local num trem turístico.
Para além da grandiosidade das rochas, encavalitadas umas em cima das outras por mãos gigantes, multiplicam-se os recantos, criando pequenas grutas naturais. É pena que destes locais inale um cheiro que nada tem de campestre nem floral. Provavelmente trata-se de locais discretos e eficientes para actividades ou prazeres, solitários ou não. Que o diga o Mota, que encontrou os sanitários masculinos encerrados. É pena ver esta nódoa numa sala de visitas tão linda.

(Continua...)

Sem comentários:

Enviar um comentário