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domingo, 27 de abril de 2014

A felicidade (im)perfeita...

No Domingo passado fui um dos muitos portugueses benfiquistas que se associou aos festejos a propósito da conquista do galardão máximo do futebol nacional por parte do Sport Lisboa e Benfica.
Não deixei, no entanto, quando percorri a Avenida da Liberdade e, sobretudo, enquanto permaneci na Praça do Marquês de Pombal, de ficar perplexo com a enorme expressão atingida pelos festejos.
Reconheço que tais celebrações se enquadram dentro daquilo que é a maneira de ser e de estar dos povos latinos e provavelmente foram semelhantes ao que acontece nas vitórias desportivas de outros clubes, nomeadamente do Futebol Clube do Porto, que ultimamente o têm feito com mais regularidade na Avenida dos Aliados, no Porto.
Mas… lá está! Há sempre um "mas" em tudo aquilo que fazemos! Dei por mim a interrogar-me se, ao entrar e aderir a este tipo de manifestações populares, não estaria eu também (sem querer) a contribuir para o aproveitamento político que este Governo iria fazer de tudo isto, desviando a atenção dos reais problemas que efectivamente preocupam, e com toda a razão, os portugueses em geral, numa lógica em tudo idêntica à que era feita no tempo da ditadura, em que se usavam os tais três efes (Fátima, futebol e fado) para anestesiar e alienar o povo.

Acabei por serenar, cair em mim e pensar que hoje em dia o povo é mais alfabetizado e não se deixa manipular com a mesma facilidade de antigamente. Por outro lado, enquanto extravasava também a minha alegria e a manifestava dessa forma tão efusiva e invulgar, convenci-me de que estava apenas a desfrutar de um prazer da vida que também contribui para dar cor e sentido à minha condição de simples mortal.

E pronto! Dentro dos meus 60 anos dei por mim a gritar como uma criança e com a multidão: Benfica, Benfica, Benfica. O campeão voltou, o campeão voltou… 

2 comentários:

  1. Gosto. Mas gosto mesmo (hahahah). Gosto da tua conclusão, pois ela (atitude que praticaste sem dares por ela), é também um grão da clivagem que é a VIDA. “ Como é bom ser criança”!!!!
    1abraço
    MAFreire

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    1. Obrigado (mesmo) pelo teu comentário. Tu compreendes-me como poucos. E dás-me a oportunidade de expressar talvez um pouco melhor aquilo que eu senti naqueles momentos. De facto, no meio daquela multidão toda senti-me quase um intruso pois, apesar de naturalmente estar contente pela vitória do meu clube, também tive dúvidas se estava ali a ser (ou não) mais uma vítima do poder de alienação destes nossos governantes (que no caso são estes mas podiam ser outros, o meu sentimento seria o mesmo) ou então se eu próprio estaria a alinhar com um povo que, por ser simples e ingénuo, se deixa às vezes enganar com facilidade.
      Por tudo isso quis ser criança para efectivamente desfrutar da felicidade plena sem que os “ses”, ou os “mas”, a viessem perturbar.
      Um abraço

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