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sexta-feira, 28 de março de 2014

Passeio do Grupo 5.com(e) à Serra da Freita (IV)

Finalmente
Depois de uma descida até ao sopé da serra finalmente chegamos ao Mira Freita, em Felgueira, o ponto mais almejado desde a nossa saída, local onde iríamos confortar o estômago e proporcionar uma onda de requintados prazeres ao palato. Faltavam ainda 5 minutos para a hora marcada. O Mota programou a coisa com todo o rigor.
O restaurante é enorme, com espaço para quase 200 comensais, com amesendação simpática, a não merecer qualquer reparo. Como era meio da semana a afluência era escassa, deixando-nos à vontade para uma conversa descontraída, mesmo que porventura viesse a descambar para o desbragamento (o que obviamente não aconteceu, como é apanágio deste grupo).
Pelas bandeiras portuguesa e suíça ostentadas em frente ao edifício, que a brisa fazia ondular nos mastros em suaves movimentos, concluímos que o restaurante pertenceria a um português provavelmente ex-emigrante na Suíça que, soubemos, agora produzia vinho numa quinta em Sever do Vouga.
Comodamente instalados, passamos ao que interessaAbrimos as hostilidades começando
por uns tradicionais rojões de porco conservados no pingue, à antiga (que deixaram o Mota a calcorrear com nostalgia os caminhos e sabores da infância) acolitados por saborosa morcela tradicional caseira.
Para melhor aconchego mandamos vir um verde tinto da “Quinta do Patrão”, leve e saboroso, servido em pequenas canecas, o que obrigou o empregado a ter de proceder ao reabastecimento vezes sucessivas.
E veio então o cabrito, servido em assadeira de barro, com honras de verdadeiro campeão, profusamente ladeado de folhas de louro. Um cabritinho daqueles que não enganam: carne tenríssima, nacos suculentos, assadura no ponto, tempero com sapidez milimétrica. A quantidade - 3 doses para 5 galfarros - foi exactamente quanto baste: deu para ficar plenamente satisfeito, embora se mais viesse não iria sobrar nada, com os inconvenientes que se conhecem. Como acompanhamento veio um arroz malandrinho de carqueja, com as flores
da dita a boiar à superfície. Em complemento ou alternativa havia legumes, batata cozida e nabos.
A lista de sobremesas, não sendo extensa, era suficiente. Quantidades generosas, sabor agradável. Para culminar esta refeição de príncipes da idade média, o serviço foi concluído com os inevitáveis cafés e umas reconfortantes aguardentes para os apreciadores.
A conta não ofereceu surpresas: 20 euros por bico, englobando já uma algo pífia gratificação ao garçon, sempre prestimoso, amável, discreto e eficiente.

Como "sobremesa" extra assistiu-se, na varanda voltada a sul, a um animadíssimo despique em matraquilhos, que opôs uma equipa mista Porto/Benfica (Rogério e Bernardino) aos declarados portistas Jorge e Alexandre. Depois de um robusto 5-1 na primeira partida, favorável aos portistas Jorge/Alexandre, os adversários acabaram por ganhar terreno, nas três restantes partidas, sempre renhidas e disputadas até ao fim, registando-se um empate e dois resultados tangenciais favoráveis à dupla mista Rogério/Bernardino.

Vale de Cambra
Terminado o repasto havia que queimar os últimos cartuchos, antes de regressar a casa.
O que é bom acaba sempre depressa. Para não falar em outros exemplos (porventura de sabor mais intenso e excitante), recordo apenas a saudade dos adeptos de Mary Quant, quando diziam o mesmo: “o que é bom acaba depressa. Por isso é que a moda da minissaia durou tão pouco tempo”.
Descemos, assim, até Vale de Cambra, calmamente, para não apressar o tempo.
Aí preenchemos o habitual euromilhões, sempre com a expectativa e a promessa de que a próxima viagem seja de helicóptero, para saborear de forma condigna o jackpot que um dia, fatalmente, se atravessará no nosso caminho.
Ficamos numa acolhedora esplanada a conversar um pouco, enquanto ajudávamos a digestão com as águas da praxe.
(Continua...)

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