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segunda-feira, 24 de março de 2014

Passeio do Grupo 5.com(e) à Serra da Freita (II)

Santuário da Senhora da Laje
Já em plena serra da Freita, perto do lugar de Merujal, ao passar no recinto da Senhora da Laje, uma construção do ano 1680, descemos ao adro para tirar umas fotos para a posteridade. Mas o local era ermo, sem vivalma e sem qualquer casa num raio de muitas centenas de metros. Só uma igrejinha, carinhosamente intitulada “santuário”, com um típico coreto e um minúsculo cemitério mesmo ao lado, a lembrar o Portugal dos Pequenitos. Sendo, por isso, um local mal frequentado e pouco recomendável, optamos por dar meia volta e voltamos a subir à estrada.Aí, num largo terreiro rodeado de cruzeiros, o Bernardino fez o gosto ao dedo, premindo o gatilho a torto e a direito. 

Nem o Mota escapou ao seu zeloso profissionalismo, mesmo quando estava meio escondido atrás de um contentor de lixo a dar vazão, com inquestionável satisfação, às suas mais prementes e básicas necessidades fisiológicas.
Assistimos então a um momento mágico, de arte pura e sublime. Para a posteridade posou o Jorge, servindo de modelo para uma soberba foto que pode ser apreciada na magnífica reportagem fotográfica do Bernardino, que regista para sempre (agora no digital e não já no celulóide) os fugazes mas inolvidáveis momentos destas visitas turístico-gastronómicas.
Recuando 1981 anos, o Jorge assumiu com todo o rigor a pose do Cristo na cruz, com as mãos estendidas na horizontal cravados na travessa, cabeça pendida em conformada resignação, com a perna direita artisticamente flectida, e com os pés sobrepostos para puderem ser fixados à base da cruz com um único cravo.
Como 1981 anos? Perguntarão os mais distraídos. Pois se estamos em 2014 e Ele morreu com 33 anos, é só fazer as contas e ver se não tenho razão! 

Frecha da Mizarela
Daqui em diante o caminho da serra estava desbravado. E lá fomos sem problemas desembocar (salvo seja) na frecha da Mizarela.
Frecha de Quem? perguntará qualquer inocente e incauto desconhecedor da enorme riqueza do património natural de Portugal, que só merece o nosso mais desdenhoso e reprovador olhar.
A frecha da Mizarela é um geossítio (quem não souber o que quer dizer este palavrão consulte o dicionário ou o roteiro turístico editado pela Arouca Geopark) que é tão somente a mais alta queda de água em todo o território continental português.
Apresenta um desnível superior a 70 metros, praticamente na vertical, com um caudal de vários milhares de litros por minuto (contas feitas de cabeça, em menos de um minuto).
Apreciada a frecha, mirada e fotografada pelo Bernardino em vários ângulos, de modo a não deixar dúvidas nem mistérios por descobrir, entra em acção o co-piloto Mota, carregando agora no “acelerador” do relógio: “Temos de nos despachar. O almoço está marcado para a uma hora e ainda temos de passar nas pedras parideiras.”
A Mizarela é um belíssimo lugar, com meia dúzia de casas serranas de muito bom aspecto, circundadas de “relvados” magníficos. Os telhados de colmo já desapareceram de cena, substituídos pela moderna telha-sanduíche. Ar puro, silêncio apenas cortado pelo fragor das águas da cascata. Mas tudo fechado, sem ninguém à vista desarmada. Até o restaurante tinha as portas trancadas. E no que respeita a cafés, nem sombras. 
Tem paciência, Jorge. Ainda não é agora. “Aguenta, aguenta”, como diria o Ulrich. Se fosse outra coisa seria bem mais doloroso. 
(Continua...)

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