Pretendo, despretensiosamente, divulgar aqui ideias, pensamentos, acontecimentos, imagens, músicas, vídeos e tudo aquilo que considere interessante, sem ferir susceptibilidades.

Falando de tudo e de nada... correndo o risco de falar demais para nada!


sábado, 30 de junho de 2012

Ponte de Lima

Na passada quarta feira, 27 de Junho de 2012, fomos passar o dia a Ponte de Lima.
Gostamos de lá ir para convivermos com os amigos e porque é uma vila pacata, muito bonita e apelativa.
De facto, a beleza da sua arquitectura medieval e área envolvente com o rio, a ponte, as margens verdejantes e, claro está, a sua típica gastronomia :-), são motivos mais do que suficientes para aí nos deslocarmos com relativa frequência.
Desta vez, o primeiro destino até era o restaurante Casa Borges, na Correlhã, que fica a poucos quilómetros de Ponte de Lima. Só que, aí chegados, batemos com o "nariz na porta" pois estava encerrado para férias do pessoal. Seguimos então para a vila e fomos ao restaurante Parisiense, que fica no passeio 25 de Abril, mesmo em frente ao Rio Lima e muito próximo da Ponte que deu o nome a esta bela terra.
A ementa, como não podia deixar de ser, foi um dos ex-libris da gastronomia da região o Arroz de Sarrabulho à moda de Ponte de Lima, acompanhado com um bom vinho verde tinto. Estava uma delícia e comemos tanto que já não houve espaço para o leite-creme que é também uma das imagens de marca do restaurante.
Após o almoço fomos passear para as ruas estreitas da vila para ajudar a fazer a digestão, ao mesmo tempo que íamos tirando umas fotografias e "arejávamos" alguns euros com uma compra ou outra.
Até que numa das ruas do centro histórico nos deparámos com a tasquinha “Os Telhadinhos” e um dos nossos amigos, que entretanto tinha parado à porta a ler a célebre ementa onde todos os seus pratos têm nomes picantes, perguntou bem alto e na brincadeira: quem quer uma “fodinha quente”?
- Só se for acompanhado com uma “putinha”, diz outro que o acompanhava na leitura.
Depois da gargalhada geral e dos olhares fulminantes das mulheres viemos a saber pela proprietária do restaurante Dª Márcia que as “fodinhas quentes" são pataniscas de bacalhau com muita salsa traçadinha e cebola picadinha, entre outros ingredientes que não quis dizer. E a "putinha" é uma tigelinha de vinho verde tinto de lavrador!

Aqui fica a ementa (Cardápio da Márcia) ao vosso dispor!

Quanto a nós ficou tudo combinado! Mas só para a hora do lanche :-))
 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O passeio do Grupo dos 4pontocome ;-)

Isto de ser benfiquista entre 4 portistas doentes tem muito que se lhe diga.
E, mesmo dentro do grupo dos meus civilizados amigos sai – por vezes- um monstro que quer, literalmente, arrancar-me a cabeça só porque sou mais vermelho e branco. Às vezes sinto uma perseguição cerrada e doentia como se fosse um herege a fugir da fogueira da Inquisição.
Estes meus amigos portistas fanáticos gostam particularmente de me "chatear" nas mais diversas ocasiões, a saber: Sempre que podem; sempre que o porto joga; sempre que o porto ganha, (mesmo quando é arbitrado pelo Pedro Proença, pelo Olegário Benquerença e mesmo quando era apitado pelo Carlos Calheiros!); sempre que o porto perde a culpa é do túnel (esta nunca percebi) e ... sempre que o Benfica joga, ganha, perde, empata ou vê anulado um golo. Ahhh! ... a culpa também é de um tal de Calabote, árbitro que nos anos 50 do século passado prolongou um jogo do Glorioso durante mais uns minutos no dia em que (por acaso) o Porto se sagrou Campeão nacional!  :-).

Tudo isto a propósito da viagem anual que costumamos fazer com destino a Urrós - Mogadouro e a outros locais de Trás-os-Montes, durante o mês de Junho ou Julho de cada ano. 
Comecei a fazer esta viagem, substituindo o nosso saudoso amigo Carlos Alberto que adorava este passeio (a que ele próprio chamava de passeio do grupo dos 4pontocome) e disfrutava dele com uma energia esfusiante e contagiante. Tal como adorava ir connosco a Espinho, Bairrada, Porto, Matosinhos (o grupo do metro) ou a outro lado qualquer, desde que fosse para confraternizar connosco e se comesse bem e bebesse melhor. Não bebia muito mas gostava de beber bom vinho!

Posto isto, já podem imaginar tudo o que eu passei, na condição de único benfiquista, nesse dia do mês de Junho de 2010 quando, logo pela manhã (7h e 30m), arrancámos no BMW do Rogério rumo a Trás-os-Montes.
A primeira paragem foi na área de serviço de Águas Santas-Ermesinde, para o cafézinho da manhã.
A partir daí acordámos para um dia que se tornou inesquecível pela camaradagem, pela amizade, pela solidariedade em torno da memória do nosso amigo Carlos que tanto gostava desta região, desde o tempo em que trabalhou em Torre de Moncorvo e, ainda, pela gastronomia e paisagem desta bela região transmontana.

E, porque uma imagem vale mais do que mil palavras aqui fica o vídeo que resume fotograficamente essa viagem.

terça-feira, 26 de junho de 2012

São João do Porto

Este ano resolvi abandonar as sardinhas que tradicionalmente são grelhadas (e comidas) no quintal da casa de família, na Madalena –Vila Nova de Gaia e, em vez de aí passar a noite de São João como tem sido usual nos últimos anos fui, juntamente com alguns familiares próximos, "curtir" para a festa no Porto.
Como sabemos a noite de 23 de Junho  é uma das mais alegres do ano da cidade, em que as ruas se enchem de pessoas, de cor, de alegria e de tradição. 
Foi nesta expectativa que saímos de casa por volta das 19 horas. Deixámos o carro num parque de estacionamento perto do Colégio Bonança, em Vila Nova de Gaia, descemos a Avenida da República, passámos ao lado do Jardim do Morro e atravessámos o tabuleiro superior da linda Ponte de D Luís, onde parámos para tirarmos fotografias e apreciarmos uma das mais belas vistas e paisagens do Mundo.  Não é por acaso que o centro histórico do Porto (da qual a Ribeira faz parte) foi declarado, Património Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1996.
De facto, o casario de cores garridas da zona da Ribeira, o próprio rio Douro com os reflexos de luz do fim do dia, o cais de Gaia com os seus jardins, restaurantes e Caves de vinho do Porto, os barcos Rabelos de cores variadas, os barcos turísticos carregados de turistas, a Ponte da Arrábida a poente e a Ponte do Infante a nascente, constituem um conjunto extraordinário de diversidade harmoniosa e de rara beleza. Um espectacular regalo para a vista! 
Depois da Ponte, subimos a Avenida Vímara Peres, passámos na Rua Saraiva de Carvalho, entrámos na Rua General Sousa Dias e quando demos conta estávamos no Passeio das Fontaínhas que é um dos locais onde se comemora o São João do Porto com mais sentimento e tradição.
Ao entrarmos na zona das Fontaínhas começamos a entranhar o verdadeiramente espírito de São João. Ouvem-se os gritos estridentes das vendedeiras das plantas tradicionais de manjerico, cravos, erva-cidreira, "alho-porro" que se dão a cheirar a quem vai passando e os martelos de plástico que são usados para distribuir pancadas amigáveis na cabeça dos transeuntes. Aqui vende-se de tudo. Desde roupa a calçado, de discos a CD(s), a rádios e gravadores. Há tômbolas que sorteiam a mais variedade panóplia de objectos, grandes ou pequenos, bonitos ou ... utilitários. Há garagens de reparação de automóveis que se transformam em restaurantes improvisados, há grelhadores nos passeios permanentemente acesos e a grelhar sardinhas, febras de porco e bifanas que são servidas no pão. Há pequenos fogareiros com panelas enormes onde cozinham o caldo verde. 
Depois de comermos uma bifana no pão acompanhada por um fino fresquinho, deixámos as Fontaínhas e, para fazermos a ligação dessa parte mais alta da cidade à zona ribeirinha, descemos as escadas dos Guindais. Fomos vendo as fogueiras de S. João que são ateadas, mesmo nas ruas mais estreitas, por grupos de vizinhos e amigos que se juntam para comerem, beberem e dançarem em alegre confraternização. Cheirava muito bem à medida que por aí passávamos e toda a gente sorria para nós e nos oferecia qualquer coisa para petiscarmos.
Fomos desembocar na Avenida Gustavo Eiffel, junto ao tabuleiro inferior da Ponte de D. Luís, onde a animação era idêntica e dirigimo-nos ao Cais da Ribeira com o intuito de aí jantarmos. Procurámos arranjar um restaurante mas eram tantas as pessoas e a confusão de tal ordem que fomos andando, andando, procurando e procurando, à medida que íamos levando umas marteladas acompanhadas com sorrisos rasgados. 
E depois ... o cheiro! Aquele cheiro tão característico das sardinhas e dos pimentos assados entrava pelas narinas ía direito ao cérebro e este dizia ao estômago: então não dizes nada? Este reclamava, revoltava-se e nós continuávamos à procura de um restaurante para o podermos acalmar. Fomos procurando, saindo do Cais da Ribeira, subindo pela Mouzinho da Silveira, passando por São Bento e entrando em Sá da Bandeira. Finalmente! Foi mesmo aqui no restaurante A Brasileira que fomos comer. Não havia sardinhas. Mas havia francesinhas e foi o que todos comemos com muito prazer até porque também é um prato tradicional da cidade.
De regresso ao Cais da Ribeira e ao descermos a Mouzinho da Silveira vimos os tradicionais balões de S. João, feitos de papel e coloridos, que são cuidadosamente lançados para o céu, proporcionando um espetáculo ímpar de centenas de pontos de luz ascendente.
À meia-noite há o fogo de artifício ou fogo de São João, no rio. Foi para aí que nos dirigimos, procurando um local mais ou menos estratégico, ali mesmo junto à entrada da Ponte e no início do Largo da Ribeira para, tal como milhares de espectadores assistirmos a um dos maiores espectáculos do ano, repleto de luz, cor e emoção.
E pronto. Fico-me por aqui até porque a noite já ía longa e o texto já está enorme :-)

Para o ano há mais!

domingo, 24 de junho de 2012

Hoje tive um sonho!

E que sonho… ;-) 
Quando acordei tentei por em prática algo daquilo com que sonhei. Foi bom! Tenho a certeza que foi real mas … será que o sonho acabou?
O meu dia começou assim e ficou – de facto – “marcado” pelo sonho. Está a ser um dia bom e espero que tenha repercussões positivas para os dias que aí virão. 
Estou feliz e, neste momento, dou razão a Rómulo Vasco da Gama de Carvalho quando, sob o pseudónimo de António Gedeão, escreveu num poema (que Manuel Freire musicou): “ … Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida, que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança …” In Movimento Perpétuo, 1956.  
Por tudo isto, concluo que o sonho, fazendo parte de mim, condiciona a minha existência e me ajuda a escolher um caminho. O caminho que hoje percorro é bom porque o sonho foi bom? Ou a vida é em si mesma um sonho? E se for?

Inevitavelmente, quando assim penso, vou ao encontro de Fernando Pessoa! E as dúvidas também...
Aqui está ele outra vez.
  
Sonho. Não Sei quem Sou

Sonho. Não sei quem sou neste momento.
Durmo sentindo-me. Na hora calma
Meu pensamento esquece o pensamento,
             Minha alma não tem alma.  
Se existo é um erro eu o saber. Se acordo
Parece que erro. Sinto que não sei.
Nada quero nem tenho nem recordo.
             Não tenho ser nem lei.
Lapso da consciência entre ilusões,
Fantasmas me limitam e me contêm.
Dorme insciente de alheios corações,
             Coração de ninguém.

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro" 

sábado, 23 de junho de 2012

Shirley Bassey - something

Shirley Bassey, é uma cantora nascida no País de Gales. Os seus trabalhos mais conhecidos são os temas que cantou nos filmes de James Bond: Goldfinger (1964), Diamonds Are Forever (1971), e Moonraker (1979). 
Casou-se e divorciou-se duas vezes, teve duas filhas, e adotou um menino. Atualmente vive no Mónaco


Canta "alguma coisa"! Ou não? 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Porque todas as pessoas têm o seu lado fantástico. Descubramos o nosso!

Correndo o risco de alguém me dizer que agora estou como os padres quando estes dizem, (ou alguém diz que eles dizem): "olhem para o que eu digo e não para o que eu faço",  deixo aqui algumas reflexões (ou pequenas dicas) que, eventualmente, poderão ser úteis.

Podemos começar com um princípio básico: todos devemos conhecer as nossas próprias limitações. No entanto é errado duvidarmos permanentemente das nossas próprias capacidades porque, muitas vezes, desconhecemos tudo daquilo que somos capazes de fazer.

Passemos então a outros princípios básicos mas igualmente importantes:
- Se nunca confiarmos nas nossas capacidades muito dificilmente poderemos acreditar em nós e mudarmos a nossa vida para melhor;
- Devemos ser activos e agir, depois de pensar bem, claro;
- Será bem melhor tentarmos ver o lado bom da vida, tendo o cuidado de ocuparmos com dignidade o nosso lugar e o nosso espaço neste mundo;
- Se vivermos permanentemente centrados naquilo que de menos bom a vida também nos dá isso faz com que estejamos permanentemente  mal com tudo e com todos e acabamos por descarregar nos amigos e nos familiares mais próximos;
- Esta situação só nos leva a que os outros construam uma imagem negativa de nós que por sua vez se reflete e nos vem retirar a auto estima e diminuir o auto conceito;
- É fundamental que acreditemos em nós e sobretudo acreditar que podemos ser aquilo que os outros não são ou não conseguem ser;
- Devemos saber medir as nossas capacidades e usá-las para provocar mudanças positivas em nós.


O vídeo serve para exemplificar como as pessoas que ousam arriscar se conseguem superar e ir mais longe. 

E, para concluir... nunca nos devemos substimar!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Creedence Clearwater Revival

Aprendi a gostar de música ouvindo vezes sem conta esta banda de country rock californiana.
Foi o amigo Francisco P. Gustavo que me chamou a atenção para esta música em concreto: Have you ever seen the rain?.
Era normal nessa época (fim da década de 60/início da década de 70) sintonizar com frequência a então chamada Emissora Nacional onde, sobretudo no programa Convívio, se podia ouvir boa música. 
Os mais "crescidos" lembrar-se-ão concerteza e concordarão comigo que, de facto, esta banda de Rock 'n "Roll foi uma das melhores de todos os tempos.
Com um abraço ao "Chico" Gustavo!





domingo, 17 de junho de 2012

Sócrates! Não o filósofo grego, mas sim o portuguesíssimo malabarista.

Já parece perseguição mas acreditem: não é. 
É, isso sim, um grito de revolta. Revolta contra um governo e sobretudo contra este indivíduo que (des)governou Portugal durante 6 longos anos.   
De facto, Sócrates foi o sujeito que - enquanto político - mais prejudicou a minha vida e o que mais alterou o meu bem-estar pessoal e profissional.  
Este indivíduo, agora a gozar os rendimentos e a estudar (?) em França, para finalmente tirar um curso superior durante os dias úteis da semana, e que só não está preso porque nasceu, cresceu, viveu e governou em Portugal, anunciou ao Mundo, há pouco mais de 6 meses, que "Para pequenos países como Portugal e Espanha, pagar a dívida é uma ideia de criança. As dívidas dos Estados são por definição eternas. As dívidas gerem-se. Foi assim que eu estudei”.
Não é preciso ter lata!? Estudou a onde? 

 

Este ser, que para mim é um verme, em apenas 6 anos de governo, conseguiu duplicar a dívida pública de 83 mil milhões de Euros para cerca de 170 mil milhões, atirando o próprio País para a bancarrota e a necessidade da ajuda externa, fazendo com que grande parte dos portugueses façam agora enormes sacrifícios e vejam o seu (e o dos filhos) futuro hipotecado.
Infelizmente, creio na possibilidade de, um dia, este canário bem-falante voltar ao poder para desbaratar o que os portugueses honestos, com tanto esforço e sofrimento, estão agora a conseguir para recuperar o País da miséria em que ele o deixou.
Se esse dia chegar, serei eu o primeiro a emigrar e para bem longe.
 

sábado, 16 de junho de 2012

Ser não sou!

Ao escrever poesia o poeta expressa os seus sentimentos, emoções e pensamentos.
Quem a lê compreende-a e interpreta-a em função de si próprio e da sua experiência de vida.
Um colega e amigo, que não vejo há muitos e muitos anos, escreveu na introdução do seu livro "Madrugadas de Sonho" que "tenho por provado que se escreve neste país poesia que ninguém lê!" (...)  e, "tenho como por mais que provado que lemos aquilo que nos vai direito à alma e abandonamos o resto!".
Já estava de acordo com ele em 1992, quando ele o escreveu. Hoje ainda mais pois, infelizmente, ainda se lê menos do que se lia nessa época. 
E porque muito do que ele escreveu me tocou na alma e me acrescentou bem estar à vida, abandono o resto e deixo aqui um poema desse livro. Espero que ele não se importe.

SER NÃO SOU!

Eu podia ser outro eu
Que de mim nada tivesse
Ser principe na madrugada
Pastor de sombras azuis 
Construtor de obra sonhada ...

Podia ser gota encontrada
No azul-mar de outros olhos
Ser seiva cristalizada
Crepúsculo d´uma alvorada
Arquitecto d´outros sonhos ...

Podia ser, mas não sou
Sou ribeiro parado
Neste mar de neblina
Sou candeeiro apagado 
Sou sonho nunca sonhado!

Veríssimo Ramos, in Madrugadas de Sonho  

 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mulher emancipada!

A emancipação da mulher é um assunto recorrente. Tem séculos. Antigamente a mulher era vista apenas como um utensílio que tinha como únicas utilidades: parir, criar e educar. O filósofo grego Platão considerava a natureza das mulheres inferior à dos homens, na “capacidade para a virtude”, a mulher era então vista por ele como um ser sem raciocínio, comparando-a até aos escravos :-).
Entretanto as coisas evoluíram e a partir do século XIX aparecem os primeiros movimentos organizados de mulheres a reivindicar os mesmos direitos dos homens e, durante a primeira guerra mundial, começaram mesmo a ocupar alguns lugares deixados vagos pelos homens que partiram para a guerra.
A partir daqui foi um ver se te avias, desataram a ocupar, por toda a parte, os espaços de poder, como direcção de empresas, de partidos, de parlamentos , etc, etc.
Lutaram e conseguiram! Em quase todo o mundo e em toda Europa.
Em Portugal foi recentemente publicada, em Diário da República, a Lei da Paridade, que obriga à inclusão de um terço de mulheres nas listas eleitorais. A presidente da Assembleia da Republica portuguesa é mesmo uma mulher! E Transmontana!!!

Estou inteiramente de acordo, a sério e sem paternalismo, mas (e há sempre um mas) vejam agora no que tudo “isto” deu!   :-))

 


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Recordando o início da década de 70 ...

Ontem fui a Coimbra e aproveitei para visitar a Escola Superior Agrária, em Bencanta.
Ao entrar no portão da antiga (e então designada) Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra dificilmente reconheci a maior parte dos espaços que tão bem conheci e frequentei até há 38 anos atrás. À medida que fui entrando os meus pensamentos e as minhas recordações foram-se centrando nas ruas, nos edifícios e nos restantes espaços físicos onde tanto estudei e aprendi. Rebuscando na memória fui buscar a imagem de alguns dos professores que ajudaram a moldar o meu carácter e a preparar-me para a vida.
Ía na esperança de encontrar um deles, o Engenheiro Dias Pereira que, tanto quanto sei, embora já aposentado há muitos anos, ainda a frequenta.
Conheci o Engº Dias Pereira quando este desempenhava as funções de Director da Escola Agrícola de Mirandela, onde funcionou, no início da década de 70, uma Secção da Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra.  
Sensivelmente a meio do curso ele transferiu-se para Coimbra e muitos dos alunos que o frequentavam seguiram-no e transferiram-se também. Eu fui um deles. A admiração e o respeito que por ele nutríamos “obrigou-nos” a segui-lo e nunca nos arrependemos de o ter feito. 
Na realidade, ele foi para mim um exemplo como professor e como Homem. Era um professor que ensinava dialogando, escutando e partilhando o seu saber, sempre com um enorme prazer.
Recordo também o dia em que me chamou ao seu gabinete e, com os seus olhos azuis, muito vivos e penetrantes, me chamou a atenção para aspectos menos positivos da minha conduta enquanto estudante. Ralhou-me zangado e … valeu a pena! Se há pessoas que nos marcam para sempre, apesar de não pertenceram ao universo daqueles com quem privamos com frequência, o Engenheiro Dias Pereira foi, para mim, uma delas.
Deu para recordar ainda um episódio ocorrido no final do ano lectivo 1972/73, com o Eng. Ruque, professor de Topografia do qual nunca mais me esqueci. No final do exame prático desta disciplina e depois de fazer vários exercícios com o Teodolito (medidas de ângulos verticais e horizontais) o professor virou-se para mim e disse-me com um tom muito acertivo:
- Fonseca, já que estás a mexer nessa peça do Teodolito diz rapidamente o seu nome.
Atrapalhado com esta inesperada questão e também porque estava convencido de que o exame tinha acabado (até me tinha corrido bem!) respondi gaguejando:
- Bem … booom …hummmm  … eu sei como se chama!
- Então diz! ... insistiu o professor.
- Não me recordo assim de repente, mas… mas nas aulas práticas, para podermos olhar e ver o ponto de partida que se situa no centro do tripé onde assenta o Teodolito, até lhe chamávamos o “espreitómetro”, respondi eu - sem geito nenhum.
Os colegas que estavam a assistir riram à gargalhada e ainda mais se riram quando o Engenheiro se virou para mim e disse:
- Ai sim!? Então, para que nunca mais te esqueças do “espreitómetro”, vens cá espreitar em Setembro!
E pronto, na segunda época de exames, lá fui fazer o exame prático e bastou-me dizer o nome correcto do Prumo Óptico do Teodolito (espreitómetro) para fazer a cadeira.

Recordando ainda esse tempo dos cabelos ao vento, dos sonhos, das esperanças e das generosidades desmedidas não pude deixar de pensar, com nostalgia, em alguns momentos de sã camaradagem passados com alguns dos colegas e amigos, sobretudo do Manuel Dias Carrelo (que nunca mais vi!), com quem partilhei um dos apartamentos da casa nº 9, da Rua Ferreira Borges e que, com a sua generosidade, me prestou esta singela homenagem no livro de fim de curso (desculpando-lhe os erros ortográficos :-)) .

terça-feira, 12 de junho de 2012

Chegou a altura de dizer BASTA!

O actual governo português, sustentado por uma maioria PSD/CDS, depois de ter passado por um período chamado estado de graça, começa agora a perder alguma da sua zona de conforto.
De facto, com as medidas de austeridade que tem vindo sucessivamente a implementar não resolveu nada e, pelo contrário, o desemprego disparou e a miséria aumentou. 
Quem está a pagar a crise, que o anterior governo deixou e este exponenciou, é o comum dos cidadãos, principalmente os funcionários públicos da classe média. 
É, portanto, natural que estejamos zangados, furiosos e descrentes com os políticos que impõem o nosso empobrecimento, não o deles.
Vem agora o primeiro-ministro, na celebração do 10 de Junho, celebrar também a "paciência" infinita do povo português, dizendo que é uma virtude única numa Europa turbulenta.
Isto, a mim, caiu-me mal! Pelo cinismo e pela insensibilidade. 
Apesar de sermos, de facto, um povo pacífico, humilde e ordeiro que não gosta de usar a violência, mesmo quando somos injustiçados, o tempo do "comer" e "calar" já acabou.
 Caramba, tudo tem um limite! 
 
 


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Música para relaxar ...

Chove lá fora e os meus planos foram pela água abaixo.
De facto, a chuva e o vento forte à beira-mar impossibilitam a corridinha de 10/11 Km que tinha programado para o fim da tarde de hoje.
Escolhi portanto música para ver se relaxo!



Contudo, os dias de chuva e este tipo de música deixam-me ainda mais virado para a parte sentimental da vida (pieguices!...) e faz-me recordar alguém (mas não sei quem), que disse mais ou menos isto: "Talvez o amor nos faça envelhecer antes da hora e nos torne jovens quando a juventude já passou."

domingo, 10 de junho de 2012

O trabalho dignifica ... (!?)

Sempre ouvi dizer que "o trabalho dignifica o homem" e nunca entendi muito bem esta expressão porque nunca a consegui colar à realidade. Pelo menos à minha realidade e aquela que me rodeia. 
Veja-se o que se passa neste país onde as pessoas com melhor qualidade de vida são (por regra) as que menos trabalham. No entanto, como têm dinheiro, são consideradas muito dignas. Pelo menos uma dessas, depois de deixar este País na miséria, actualmente desempregada e sem qualquer actividade profissional conhecida, dá-se ao luxo de viver e estudar numa das capitais mais caras da Europa: Paris! No entanto, enquanto se passeia, de férias, por Lisboa e num Mercedes com motorista, continua a ser considerado, por muitos outros, gente muito digna!

"O homem não nasceu para trabalhar, mas para criar", disse o grande pensador e filósofo. E, disse mais: "O português não gosta de trabalhar. Se há uma tecnologia que trabalhe por ele, ela que avance. Ele tem coisas mais interessantes para fazer como poeta, do que a trabalhar. (...)  e dentro de determinadas condições, se a vida lhe fosse inteiramente favorável, ele gostaria muito mais de contemplar e poetar do que trabalhar..."Agostinho da Silva, in 'Entrevista'
Por sua vez Voltaire, disse: “o trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade.” Deste modo, “toda a sociedade adoptou este louvável desígnio: cada um se dedicar a exercer os seus talentos.

Eis aqui uma divergência clara de pensamento entre estes dois grandes pensadores. E quem sou eu para os contrariar? Ou para concordar mais com um do que com o outro?
Apenas posso dizer que, tal como Ortega Y Gasset, “eu sou eu e a minha circunstância” e, por conseguinte, ao longo de toda a minha vida procurei, com convicção e honestidade, conciliar o trabalho com os outros prazeres da vida, sobretudo com a presença junto dos filhos e da família. Procurei sempre organizar o meu tempo para o distribuir entre o trabalho e o lazer.
Hoje em dia, já com os filhos criados e a trabalharem (... :-) sem dúvida que os momentos mais preciosos para mim são aqueles em que consigo, em paz, contemplar a natureza, em especial o mar, ouvir uma nascente cantar, ouvir o canto das pássaros, fazer um passeio ou uma corridinha no passadiço junto à praia e assim por diante ... há tantas coisas belas que a vida e a natureza nos oferecem!